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terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Rio Grande do Sul é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localizado na Região Sul, possui como limites o estado de Santa Catarina ao norte, o oceano Atlântico ao leste, o Uruguai ao sul, e a Argentina a oeste, sua capital é o município de Porto Alegre.

É o estado mais meridional do país, conta com o quarto maior PIB[5] - superado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais -, o décimo primeiro mais populoso e o quinto índice de desenvolvimento humano (IDH) mais elevado.[4]

O estado possui papel marcante na história do Brasil, tendo sido palco da Guerra dos Farrapos, a mais longa guerra civil do país. Sua população é em grande parte formada por descendentes de indígenas, portugueses, açorianos, espanhóis, africanos, alemães, italianos, franceses e poloneses, dentre outros imigrantes.[6]

Em certas regiões do estado, como a Serra Gaúcha e a região rural da metade sul, ainda é possível ouvir dialetos da língua italiana (talian) e do alemão (Hunsrückisch, Plattdeutsch).[6]

Esse estado brasileiro originalmente teve sua economia baseada na pecuária bovina que se instalou no Sul do Brasil durante o século XVII com as missões jesuíticas na América, e posteriormente expandiu-se aos setores comercial e industrial, especialmente na metade norte do Estado.

Etimologia

O nome do estado originou-se de uma série de erros e discordâncias cartográficas, quando se acreditava que a Lagoa dos Patos fosse a foz do Rio Grande, que já era demonstrado em mapas neerlandeses, décadas antes da colonização portuguesa na região. Pelo que se sabe até agora, o primeiro cartógrafo dos Países Baixos a registrar a Lagoa dos Patos, ainda considerada o Rio Grande, foi Frederick de Wit, em seu atlas de 1670. Já o primeiro registro cartográfico feito por um neerlandês a mostrar o suposto rio com um formato próximo ao que é conhecido hoje da referida lagoa foi Nikolaus Visscher, em 1698. Apesar de ele não ter sido o primeiro a mencionar os índios Patos que habitavam suas margens e boa parte do litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, foi ele quem associou o nome à lagoa. Por volta de 1720, açorianos vindos de Laguna vieram à região de São José do Norte buscar o gado cimarrón vindo das missões, possibilitando a posterior fundação da cidade de Rio Grande, no ano de 1737. A partir do nome do município, surgiu também o nome do estado do Rio Grande do Sul.[7]

História

Existem vestígios arqueológicos que atestam a existência de grupos indígenas na região desde 12 mil anos a.C., entre os principais grupos destacamos os minuanos e os guaranis.[8]

No século XVI, com a descoberta do Novo Mundo, o Rio Grande do Sul passou a fazer parte do reino espanhol pelo Tratado de Tordesilhas. Em 1627, jesuítas espanhóis criaram missões, próximas ao rio Uruguai, mas foram expulsos pelos portugueses, em 1680, quando a coroa portuguesa resolveu assumir seu domínio, fundando a Colônia do Sacramento. Os jesuítas espanhóis estabeleceram, em 1687, os Sete Povos das Missões.

Em 1737, uma expedição militar portuguesa comandada pelo brigadeiro José da Silva Pais foi enviada para garantir aos lusitanos a posse de terras no sul, objeto de disputa entre Portugal e Espanha. Para efetuar essa posse militarmente, José da Silva Pais construiu nesse mesmo ano um forte na barra da Lagoa dos Patos, que é a origem da atual cidade de Rio Grande, primeiro marco da colonização portuguesa no Rio Grande do Sul.

Em 1742, os colonizadores portugueses iniciaram uma vila que viria a ser Porto Alegre. As lutas pela posse das terras, entre portugueses e espanhóis, tiveram fim em 1801, quando os próprios sul-riograndenses dominaram os Sete Povos das Missões, incorporando-os ao seu território.

Em 1807, a área foi elevada à categoria de capitania. O município de Viamão antecedeu Porto Alegre como sede do governo. Durante o período colonial a região foi palco de inúmeros conflitos entre hispano-americanos e luso-brasileiros.

Batalha dos Farrapos, óleo sobre tela de José Wasth Rodrigues.

No século XIX, com a formação do Império do Brasil, a região seria elevada ao status de província e teve grande importância nos conflitos entre o recém formado império e as jovens repúblicas platinas, iniciando pela Guerra da Cisplatina. Foi no Rio Grande do Sul onde deflagrou uma das mais significativas revoltas durante o período regencial, a Guerra dos Farrapos (1835-1845), que perdurou até os primeiros anos do Segundo Reinado, sendo também um dos primeiros marcos na história, cultura e identidade da região. A província foi também importante na luta contra Juan Manuel de Rosas (1852) e na Guerra do Paraguai (1864-70). As disputas políticas locais voltaram a aflorar no início da República e só no governo de Getúlio Vargas (1928) o estado foi pacificado.

Grupos de alemães começaram a chegar a partir de 1824 e de italianos após 1875. O objetivo era ocupar o espaço do estado, afim de fortalecer as fronteiras, formar batalhões estrangeiros e fomentar a economia.

Em meados de 1880, o estado apresentava uma economia de caráter fundamentalmente agropecuário, dividida em duas matrizes socioeconômicas: a atividade ligada à pecuária e ao charque na região da Campanha (sul do estado) e a agricultura e o artesanato colonial na Serra (norte do estado).

Atualmente, o Rio Grande do Sul é uma das 27 unidades federativas do Brasil e continua como referência em economia agrícola, apesar da relevante industrialização.

Geografia

O estado do Rio Grande do Sul ocupa uma área de 281.748,538 km²[9] (cerca de pouco mais que 3% de todo território nacional, equivalente ao do Equador) e com fuso horário -3 horas em relação a hora mundial GMT. Todo o seu território está abaixo do Trópico de Capricórnio. No Brasil, o estado faz parte da região Sul, fazendo fronteiras com o estado de Santa Catarina e dois países: Uruguai e Argentina. É banhado pelo oceano Atlântico e possui duas das maiores lagoas do Brasil: a Lagoa Mirim e a Lagoa Mangueira, além de possuir uma das maiores lagunas do mundo: a Lagoa dos Patos, que possui água salobra.

Sua população constitui cerca de 6% do número de habitantes do país.

Geologia e relevo

O estado do Rio Grande do Sul apresenta, em sua maior parte, relevo baixo, com setenta por cento de seu território a menos de 300m de altitude. A única porção elevada, com mais de 600m de altitude, no nordeste, compreende 11% da superfície total. Podem-se descrever quatro unidades morfológicas no estado: a planície litorânea, o planalto dissecado de sudeste, a depressão central e o planalto basáltico.

Planície litorânea

Toda a fachada leste do estado é ocupada pela planície litorânea, que consiste em terrenos arenosos com cerca de 500 km de extensão no sentido nordeste-sudoeste e largura muito variável. Os areais se desenvolvem tanto nas margens orientais quanto nas ocidentais das lagoas dos Patos e Mirim. Essas lagoas apresentam um desenho característico, com recorte lobulado, em virtude das pontas de areia que de uma e outra margem se projetam para dentro delas. Ao contrário do que acontece no interior das lagoas, a linha da costa apresenta traçado regular. A planície litorânea é constituída pela justaposição de cordões litorâneos (restingas), que às vezes deixam entre si espaços vazios ocupados por lagoas alongadas ou banhados (antigas lagoas colmatadas).

Planalto Dissecado de Sudeste
Coxilhas das Serras de Sudeste, no município de Morro Redondo.

Também denominado impropriamente Serras de Sudeste, o planalto dissecado de sudeste compreende um conjunto de ondulações cujo nível mais alto não ultrapassa 500 m. Trata-se de um planalto antigo, cuja superfície tabular só foi preservada entre alguns rios. Esses terrenos pré-cambrianos constituem o chamado escudo rio-grandense e ocupam toda a porção sudeste do estado, formando uma área triangular cujos vértices correspondem aproximadamente às cidades de Porto Alegre, Dom Pedrito e Jaguarão. O conjunto está dividido, pelo vale do rio Camaquã, em duas grandes unidades, uma ao norte e outra ao sul, denominadas serras de Herval e Tapes, respectivamente. É o domínio típico das campinas, cuja melhor expressão é encontrada na campanha gaúcha.

Depressão Central

Constituída por terrenos da era paleozóica, a Depressão Central forma um arco em torno do planalto dissecado de sudeste, envolvendo-o dos lados norte, oeste e sul. Forma um amplo corredor com aproximadamente cinquenta quilômetros de largura média e 770 km de extensão, dos quais 450 no sentido leste-oeste, 120 no sentido norte-sul e 200 no sentido oeste-leste. A topografia suave e a pequena altitude em relação ao nível do mar (menos de cem metros), permitem classificar a depressão central como uma planície suavemente ondulada.

Planalto Basáltico

A porção norte e oeste do estado é ocupada pelo Planalto Basáltico, que descreve uma meia-lua em torno da depressão central. Esse planalto, que tem como traço marcante a estrutura geológica, é formado pelo acúmulo ou empilhamento de sucessivos derrames basálticos (isto é, derrames de lava), intercalados de camadas de arenito. Alcançam espessura muito variável. No nordeste do estado registra-se a espessura máxima, responsável pela maior elevação do planalto nessa área.

A superfície do planalto apresenta uma inclinação geral de leste para oeste. No nordeste, junto ao litoral, alcança sua maior elevação, entre 1.000 e 1.100m; em Vacaria atinge 960m; em Carazinho, 602m. Em Cruz Alta, 469m; no extremo oeste do estado, junto à barranca do rio Uruguai, não ultrapassa cem metros. A topografia é plana ou levemente ondulada, mas os rios, que banham a parte mais elevada, abriram nela profundos sulcos ou vales, isolando compartimentos tabulares.

Um aspecto saliente do planalto é a forma de transição para as terras mais baixas com que se articula. A nordeste, cai diretamente sobre a planície litorânea, com um paredão íngreme ou escarpa, de quase mil metros de desnível: são os chamados "aparados da serra". Os rios favorecidos pelo forte declive abriram aí profundas gargantas ou taimbés. Nesse trecho, próximo à divisa com Santa Catarina, a escarpa à borda do planalto corre paralela à costa. À altura de Osório, desvia-se bruscamente para oeste e a partir daí vai diminuindo progressivamente de altura. Nesse trecho voltado para o sul, os rios que correm para a depressão central abriram amplos vales. O rebordo do planalto basáltico recebe no Rio Grande do Sul, como nos demais estados meridionais, a denominação de Serra Geral.

Clima

O clima do Rio Grande do Sul é subtropical úmido (ou temperado), constituído por quatro estações razoavelmente bem definidas, com invernos moderadamente frios e verões quentes (amenos nas partes mais elevadas), separados por estações intermediárias com aproximadamente três meses de duração, e chuvas bem distribuídas ao longo do ano.

Devido às diferenças altimétricas, o clima do estado divide-se ainda, segundo a classificação climática de Köppen, nos tipos Cfa e Cfb. O clima subtropical úmido com verões amenos (Cfb) ocorre na Serra do Sudeste e na Serra do Nordeste, onde as temperaturas médias dos meses de verão ficam abaixo dos 22 °C, e o tipo Cfa nas demais regiões, onde a temperatura média do mais quente ultrapassa os 22 °C.

Devido à sua situação latitudinal (inserida no contexto das latitudes médias), o Rio Grande do Sul apresenta características peculiares diferentes do clima do resto do Brasil. As temperaturas do estado, em diversas regiões, estão entre as mais baixas do inverno brasileiro, chegando a -6 °C em cidades como Bom Jesus, São José dos Ausentes e Vacaria, com geadas freqüentes e ocasional precipitação de neve.

A temperatura mínima registrada no estado foi de -9,8 °C no município de Bom Jesus, em 1º de agosto de 1955,[10] enquanto a temperatura máxima registrada foi de 42,6 °C em Jaguarão, no sul do estado, em 1943.[11] Municípios como Uruguaiana, Lajeado e Campo Bom destacam-se em recordes de temperaturas altas no verão, registrando valores que, por vezes, chegam aos 40 °C. O estado está ainda sujeito, no outono e no inverno, ao fenômeno do veranico, que consiste de uma sucessão de dias com temperaturas anormalmente elevadas para a estação.

No estado, a neve ocorre com maior frequência nas regiões serranas do nordeste, entre as altitudes de 900 a 1.400 m, denominadas de Campos de Cima da Serra, onde estão as cidades mais frias do país, como São José dos Ausentes, Bom Jesus e Cambará do Sul (acima de 1.000 m de altitude), e Vacaria, São Francisco de Paula, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, Esmeralda e Jaquirana (acima de 900 m), locais em que o fenômeno ocorre praticamente em todos os anos (geralmente com fraca intensidade e em poucos dias no inverno), além de outras cidades acima dos 600 metros de elevação, de forma mais esporádica. No resto do estado, a neve é muito rara ou nunca registrada. Porém, fortes geadas podem atingir toda a área estadual.

Dos ventos que sopram no estado, dois têm denominações locais: o pampeiro, vento tépido, procedente dos pampas argentinos; e o minuano, vento frio e seco, originário dos contrafortes da cordilheira dos Andes.

Hidrografia

A rede de drenagem compreende rios que pertencem à bacia do Uruguai e rios que correm para o Atlântico. Os rios Jacuí, Taquari, Caí, Gravataí, Guaíba e dos Sinos, entre outros, são razoavelmente aproveitados para a navegação. Toda a região ocidental do estado e uma estreita faixa de terras ao longo da divisa com Santa Catarina pertencem à bacia do Uruguai. Compreende, além do rio Uruguai e seu formador, o Pelotas, os afluentes da margem esquerda: o Passo Fundo, o Ijuí, o Piratini, o Ibicuí e o Quaraí.

À vertente atlântica pertence toda a metade oriental do estado, drenada por rios cujas águas, antes de atingir o Atlântico, vão ter a uma das lagoas litorâneas. Assim, a lagoa Mirim recolhe as águas do rio Jaguarão, a lagoa dos Patos, as dos rios Turuçu, Camaquã e Jacuí, as deste último por meio do estuário denominado Guaíba. A lagoa dos Patos se comunica com a lagoa Mirim através do canal de São Gonçalo, e com o Atlântico por meio da barra do Rio Grande. Além das duas grandes lagoas, há numerosas outras, menores, na planície litorânea, entre elas a Itapeva, dos Quadros, do Peixe e Mangueira.

Vegetação

Araucárias, típica dos gelados Planaltos Rio-Grandenses.

Dois tipos de cobertura vegetal ocorrem no Rio Grande do Sul: campos e florestas. Os campos ocupam cerca de 66% da superfície do estado. De modo geral recobrem as áreas de topografia regular, plana ou ligeiramente ondulada, ou seja, a depressão central e a maior parte do planalto basáltico.

As florestas cobrem 29% do território estadual. Aparecem na encosta e nas porções mais acidentadas no planalto basáltico, no planalto dissecado de sudeste e, ainda, na forma de capões e matas ciliares, dispersas pelos campos, que recobrem o resto do estado. Nas áreas de maior altitude, com mais de 400m, domina a chamada mata de pinheiros, uma floresta mista de latifoliadas e coníferas, a chamada mata de pinheiros. Nas demais áreas ocorre a floresta latifoliada.

Nos dois tipos de floresta está presente a erva-mate, objeto de exploração econômica desde o início do povoamento do estado. Em cerca de cinco por cento do território ocorre a vegetação do tipo litorâneo, que se desenvolve nos areais da costa.

] Subdivisões

Divisões do estado.

O estado Rio Grande do Sul é dividido em sete mesorregiões, 35 microrregiões e 496 municípios, segundo o IBGE.

  1. Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense
  2. Mesorregião do Centro Oriental Rio-Grandense
  3. Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre
  4. Mesorregião do Nordeste Rio-Grandense
  5. Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense
  6. Mesorregião do Sudeste Rio-Grandense
  7. Mesorregião do Sudoeste Rio-Grandense

Ecologia

Parques nacionais

Parques estaduais

Demografia

Demografia do Rio Grande do Sul
Ficha técnica
Área 281 748,5 km².[9]
População 10 963 219 (2006).
Densidade 38,9 hab./km² (2000).
Crescimento demográfico 1,2% ao ano (1991-2006).
População urbana 80,8% (2004).
Domicílios 3 464 544 (2005).
Carência habitacional 281 800 (2006).
Acesso à água 84,6% (2005).
Acesso à rede de esgoto 80,7% (2005).
IDH 0,814 (2005).
Número de Municípios 496.

Segundo o censo demográfico de 2000, o Rio Grande do Sul tem uma população de 10 187 798 hab. Em 1991, o estado contava com 9.127.611 hab. Esses números mostram que a taxa de crescimento demográfico na última década foi de 1,2% ao ano, abaixo portanto da média do país como um todo (1,33% anuais). A estimativa para 2006 é de 10.963.219 hab. Ainda segundo o censo de 2000, o Rio Grande do Sul é o sexto estado mais populoso do Brasil e concentra 6,00% da população brasileira. Do total da população do estado, 5.193.079 hab. são mulheres e 4.994.719 hab. são homens.

O Rio Grande do Sul é um estado em que a população urbana supera a rural. Segundo o censo demográfico de 2000, 80,8% dos gaúchos moram em cidades. Nesse mesmo ano a densidade demográfica do estado chegou a 36,14 hab./km², mais de duas vezes superior à do Brasil como um todo (19,92 hab./km²).

A área mais densamente povoada do Rio Grande do Sul é a de Porto Alegre e municípios vizinhos, onde se registram densidades acima de 2.000 hab./km². Seguem-se o litoral norte e a encosta do planalto, a leste da serra Geral, com densidades próximas de 50 hab./km². A zona do alto Uruguai, a noroeste, e as áreas centralizadas por Passo Fundo e Iraí, apresentam densidades entre 30 e 40 hab./km². No sul do estado, as densidades raramente ultrapassam 10 hab./km². Somente em torno de Pelotas a população aparece mais concentrada, chegando a mais de 20 hab./km².

Evolução demográfica

Evolução demográfica do estado do Rio Grande do Sul.

Principais centros urbanos

  • Porto Alegre, a capital do estado, é a décima primeira cidade brasileira em população. Situada à margem do rio Guaíba, Porto Alegre tem um movimentado porto fluvial e é o mais importante centro industrial, comercial e cultural do Rio Grande do Sul. Forma com mais 30 municípios, área metropolitana da Região Metropolitana de Porto Alegre, cuja população é de aproximadamente 3.900.000 hab.
  • Caxias do Sul, segundo maior município do estado e capital da serra Gaúcha é grande produtora de uva e possui um diversificado parque industrial, destacando-se as indústrias de vinho e as metalúrgicas (Caxias do Sul é o segundo Pólo Metal-mecânico do Brasil). O município é um dos mais desenvolvidos do estado e também do Brasil. Caxias do Sul possui a décima maior frota de veículos por habitantes do Brasil, sendo 1 carro a cada 1,92 habitantes, superando grandes centros urbanos como Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro.
  • Canoas e Novo Hamburgo, nas proximidades da capital, destacam-se com centros industriais.
  • Santa Maria, no centro do estado, é a sexta cidade do Rio Grande do Sul. Importante centro universitário e entroncamento ferroviário, Santa Maria conta ainda com indústrias ligadas ao beneficiamento de produtos agrícolas, principalmente arroz e trigo.
  • Passo Fundo, no norte do estado é uma das cidades mais populosas. Sua base econômica é concentrada basicamente na agropecuária e no comércio. A cidade conta com uma boa infraestrutura em hotéis, lojas de vestuário e eletrodomésticos, shoppings, casas noturnas, restaurantes, cinemas, livrarias e teatros. Considerada pólo em saúde, conta com um dos maiores e mais modernos centros médicos do sul do Brasil. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) tem o terceiro maior e mais moderno centro de radiologia e radioterapia do sul do país, sendo este hospital também, o maior do interior gaúcho. Possui ainda o único banco de tecido ósseo do Rio Grande do Sul.
  • Erechim, município moderno e planejado em cidades europeias é a segunda cidade mais populosa do norte gaúcho. Sua economia é basicamente industrial, sendo um dos maiores polos do ramo no sul do País.
  • Pelotas, perto da lagoa dos Patos, é a terceira cidade do Rio Grande do Sul. Sua economia baseia-se na industrialização da carne e de produtos agrícolas, e em atividades comerciais.
  • Rio Grande encontra-se a 56 km ao sul de Pelotas. Tem o maior porto marítimo da Região Sul do Brasil, responsável pela exportação de grande parte da produção agropecuária do estado. A cidade destaca-se também pelas numerosas indústrias que possui.
  • Uruguaiana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, é conhecida por ter o maior porto-seco da América Latina, é o berço do cavalo Crioulo, tem o terceiro melhor carnaval de rua do Brasil, é a maior produtora de arroz do Brasil, teve a primeira refinaria de petróleo do Brasil além de ser berços de um dos maiores grupos de petróleo do Brasil, foi a primeira cidade do Brasil a libertar seus escravos e tem o segundo maior aeroporto do Rio Grande do Sul, o aeroporto Rubens Berta.Criada na época da guerra dos farrapos, teve enorme importância por ser uma cidade bifronteiriça, fazendo fronteira com Uruguai e Argentina.

Etnias

Os principais imigrantes em número foram os portugueses e açorianos, seguidos dos alemães e italianos, que vieram somar-se aos ameríndios e escravos africanos. Também podem-se citar entre os grupos de imigrantes minoritários: espanhóis, poloneses, russos, judeus, árabes, japoneses, argentinos, uruguaios, entre outros.

Atualmente, a população autodeclara-se da seguinte maneira quanto à raça:

Cor/Raça Porcentagem
Brancos 82,3%
Negros 5,9%
Pardos 11,4%
Amarelos ou indígenas 0,4%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).[12]

Milicianos, portugueses e espanhóis[13][14]

Típico gaúcho em seu cavalo. Desfile da Semana Farroupilha de 2006.

Anteriormente, no século XVIII, o Rio Grande do Sul era uma região disputada entre portugueses e espanhóis. A ocupação iniciou-se de fato com os milicianos, que eram tropeiros de São Paulo e Minas Gerais, sendo reforçada com a vinda de casais açorianos na década de 1750. Essa imigração açoriana foi promovida pela Coroa Portuguesa, para estabelecer o domínio português na região.

Os espanhóis introduziram a criação de gado, que rapidamente se tornou a economia predominante no Rio Grande do Sul. A população se concentrava nos pampas, tendo havido uma fusão de costumes espanhóis, portugueses e indígenas, que deram origem ao tipo regional gaúcho. Embora o gaúcho fosse mais português que espanhol, a influência cultural vinda dos países vizinhos tornaram os gaúchos dos pampas bastante hispanizados, a ponto de falarem um dialeto que misturava elementos espanhóis e portugueses.

Povos ameríndios

No estado existiu a presença de três grandes grupos indígenas: guaranis, pampeanos e gês.

Antes e mesmo depois da chegada dos europeus, esses grupos indígenas empreenderam movimentos migratórios característicos de seu modo de vida seminômade.

Os guaranis ocupavam as margens da Lagoa dos Patos, o litoral norte do Rio Grande do Sul, as bacias dos rios Jacuí e Ibicuí, incluindo a região dos Sete Povos das Missões. Apesar da variedade de dialetos, o tupi-guarani era o tronco lingüístico comum a esses grupos indígenas. Os pampeanos constituíram um conjunto de tribos que ocupavam o sul e o sudoeste do estado. Os gês possivelmente eram os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai. É provável que essas tribos começaram a se instalar na região por volta do século II a.C. Os gês do atual Rio Grande do Sul foram dizimados pelos bandeirantes, guaranis missioneiros, colonizadores portugueses e ítalo-germânicos.

Ainda hoje existem pequenos grupos que vivem nas reservas de Nonoai, Iraí e Tenente Portela, e que lutam para manter suas identidades. São eles os mbyás-guaranis e os caingangues.

Escravos africanos[15]

Africanos e afrodescendentes escravizados foram levados para os territórios do atual Rio Grande do Sul desde os momentos iniciais da ocupação luso-brasileira do litoral, no início do século XVIII. Esse processo se acelerou com a produção de trigo e, a seguir, de charque, a partir de 1780. A produção pastoril e a urbana apoiaram-se também fortemente no trabalho do negro escravizado. Inicialmente, os africanos escravizados no Rio Grande do Sul foram trazidos, em grande número, da costa da atual Angola, em geral desde o porto do Rio de Janeiro.[16] O Rio Grande permaneceu sempre como capitania e província com forte população escravizada, tendo conhecido forte exportação de cativos nascidos no Sul para São Paulo, na segunda metade do século XIX. Fato singular no processo demográfico do Brasil, a população escravizada rio-grandense continuou-se expandindo, mesmo após o fim do tráfico transatlântico de trabalhadores escravizados, em 1850. Foi também muito forte a resistência dos trabalhadores escravizados no Rio Grande do Sul, através de fugas sistemáticas, com destaque para o período da Guerra dos Farrapos, formação de pequenos quilombos, resistência ao trabalho, organização de insurreições.

Imigrantes alemães[17]

Arquitetura alemã em Nova Petrópolis.

A população do Rio Grande do Sul não passava de 100 mil pessoas no ano da Independência do Brasil, composta por estancieiros e seus escravos, sendo a grande maioria concentrada na região dos pampas ou na região de Porto Alegre. Preocupado com a escassez de habitantes e a cobiça dos países vizinhos sobre o Sul do Brasil, o Imperador Dom Pedro I resolveu atrair imigrantes para a região. Casado com a princesa austríaca Dona Leopoldina, o imperador optou pelos imigrantes alemães, conhecidos por serem trabalhadores e guerreiros. O major Antonio Schaffer foi mandado para a Alemanha e ficou responsável por encontrar pessoas que estivessem dispostar a imigrar para o Brasil. Nos arredores de Hamburgo, o major agrupou 9 famílias, ao todo 39 pessoas que, após vários dias de viagem, chegaram ao Rio de Janeiro e mais tarde foram encaminhadas para o Rio Grande do Sul.

Mapa mostrando a dispersão das colônias alemãs no Sul do Brasil em 1905.

Os primeiros alemães chegaram ao que seria atualmente o município de São Leopoldo, a 25 de julho de 1824. Foram-lhes prometidos 50 hectares de terra para cada família, além de porcos, cavalos e sementes para que pudessem se desenvolver. Apenas as terras foram dadas, sendo os alemães prontamente abandonados à própria sorte nos primeiros anos. A região era coberta por florestas e os imigrantes tinham que construir suas próprias casas e desenvolver a terra para sua sobrevivência. Nos primeiros seis anos, entraram no Rio Grande do Sul 5.350 alemães. Apesar de abandonados pelo governo brasileiro, os colonos se expandiram por toda a região do Vale do Rio dos Sinos, mantendo-se distantes dos estancieiros gaúchos que estavam à procura de mão-de-obra barata para criar o gado.

Nos primeiros cinquenta anos de colonização, foram introduzidos mais de 30 mil alemães no Rio Grande do Sul. Eles se agruparam em diversas colônias rurais, dependendo da região de origem. Porém, com o passar do tempo, houve a mistura de alemães das mais diversas partes da Alemanha. As colônias nasceram principalmente na beira de rios, e ali nascia um novo Rio Grande do Sul, totalmente diferente do mundo gaúcho. Os colonos alemães criaram em terras brasileiras o ambiente que deixaram na Alemanha, mantendo a língua alemã e as tradições germânicas. Mas, com o decorrer da colonização, inevitavelmente os colonos alemães passaram a ter contato com a população gaúcha, ocorrendo o fenômeno do abrasileiramento desses imigrantes.

Na região do Vale dos Sinos, os alemães deram os primeiros passos da indústria brasileira. Ali foram criadas fábricas de sapatos, têxtil e de algodão, principalmente para o mercado regional.

Imigrantes italianos[18]

Casa de pedra e madeira do fim do século XIX, um exemplar típico da arquitetura italiana da zona rural de Caxias do Sul.

Em 1870, o governo do Rio Grande do Sul criou colônias na região das Serras gaúchas e esperava-se atrair 40 mil imigrantes alemães para que ocupassem a região. Porém, as notícias de que os alemães estavam enfrentando problemas no Brasil fizeram com que cada vez menos imigrantes viessem da Alemanha. Isso obrigou o governo a procurar por uma nova fonte de imigrantes: os italianos. Em 1875, chegou o primeiro grupo, oriundo da Lombardia, que se estabeleceu em Nova Milano. Mais grupos, vindos principalmente da região do Vêneto, mas também do Trentino e do Friuli, se instalaram na região onde atualmente estão as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves, Farroupilha e Caxias do Sul. Depois alguns grupos se deslocaram para as regiões de Encantado, Guaporé, Veranópolis, Serafina Corrêa e Casca e, posteriormente, para a região de Santa Maria, Vale Vêneto, Nova Treviso e Silveira Martins. Ali eles passaram a viver da plantação de milho, trigo e outros produtos agrícolas, porém, a introdução do cultivo de vinho na região tornou a vinicultura a principal economia dos colonos italianos. De 1875 a 1914, cerca de 100 mil italianos foram introduzidos no Rio Grande do Sul. A colonização italiana foi efetuada no alto das serras, pois as terras baixas já estavam ocupadas pelos alemães. Assim, nas regiões altas do Rio Grande do Sul, a cultura de origem italiana predomina.

Comunidade judaica[19]

Erechim, cidade com a maior comunidade israelita do estado.

A comunidade judaica do Rio Grande do Sul é a terceira maior do Brasil, depois das de São Paulo e Rio de Janeiro.[20] A comunidade judaica gaúcha forma uma minoria inserida e integrada na sociedade rio-grandense. Este grupo social está concentrado, em sua grande maioria, em Porto Alegre, e é composto de um grande número de profissionais liberais, empresários e diversos membros que se destacam nas áreas culturais, artística e acadêmica. Existem comunidades organizadas no interior do Estado, as maiores se encontram nas cidades de Santa Maria, Passo Fundo, Erechim e Pelotas.

Línguas minoritárias

Além do português, no Rio Grande do Sul também são faladas outras línguas como o caingangue ou o mbyá-guaraní, de povos autóctones.

Considerável parte do povo gaúcho, em geral os descendentes de imigrantes alemães e italianos, dentre outros, também falam os seguintes idiomas:

Urbanização

Cidades mais populosas do Rio Grande do Sul
Posição Cidade População Posição Cidade População

Centro Administrativo RS.jpg
Porto Alegre
Praça Dante Alighieri.JPG
Caxias do Sul
Catedral Pelotas.jpg
Pelotas

1 Porto Alegre 1 436 123 11 Rio Grande 196 337
2 Caxias do Sul 410 166 12 Passo Fundo 187 507
3 Pelotas 345 181 13 Uruguaiana 127 045
4 Canoas 332 056 14 Sapucaia do Sul 126 316
5 Gravataí 269 446 15 Santa Cruz do Sul 122 451
6 Santa Maria 268 969 16 Cachoeirinha 118 089
7 Viamão 260 740 17 Bagé 115 745
8 Novo Hamburgo 257 746 18 Bento Gonçalves 106 999
9 Alvorada 231 946 19 Erechim 97 916
10 São Leopoldo 211 663 20 Guaíba 96 903
Fonte: IBGE, Estimativas para 1º de julho de 2009.


O Rio Grande do Sul, conforme censo do IBGE em 2006, totalizou 10.978.587 habitantes, com 18 cidades com mais de 100.000 habitantes, tendo duplicado sua população em relação a 1960. Ocupa o quinto lugar entre os estados brasileiros e vem mantendo esta posição desde 1940, à exceção de 1970, quando o Paraná ocupou o quinto e o Rio Grande do Sul o sexto lugar, devido principalmente à intensa emigração de rio-grandenses para outros estados nessa década.

Os municípios do Rio Grande do Sul estão reunidos por meio de vinte e cinco associações de municípios, que por sua vez são associadas à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, FAMURS.

O Rio Grande do Sul pode ser considerado homogêneo em relação à distribuição das cidades em seu território, com exceção da Grande Porto Alegre, que concentra 4.200.000 habitantes aproximadamente.

Política

Política do Rio Grande do Sul
Ficha técnica
Governador(a) Yeda Crusius (PSDB).
Vice-Governador Paulo Feijó (DEM)
Senadores Paulo Paim (PT)

Pedro Simon (PMDB)

Sérgio Zambiasi (PTB)

Deputados federais 31
Deputados estaduais 55
Eleitores 7.750.583 (2006)
Sede do governo
Nome Palácio Piratini
Página governamental
Endereço http://www.estado.rs.gov.br
O Palácio Piratini, em Porto Alegre, é a sede do governo.

O estado do Rio Grande do Sul, assim como em uma república, é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e outros tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.

A atual constituição do estado do Rio Grande do Sul foi promulgada em 1989.[22]

O Poder Executivo gaúcho está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser reeleito para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Piratini, que desde 1921[23] é a sede do governo gaúcho.

O Poder Legislativo do Rio Grande do Sul é unicameral, constituído pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, localizado no Palácio Farroupilha. Ela é constituída por 55 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação gaúcha é de 3 senadores e 31 deputados federais.

A maior corte do Poder Judiciário gaúcho é o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, localizada no centro de Porto Alegre.

O Rio Grande do Sul está dividido em 496 municípios. O mais populoso deles é a capital, Porto Alegre, com 1,4 milhões de habitantes, sendo a cidade mais rica do estado. Sua região metropolitana possui aproximadamente 4,1 milhões de habitantes.

Economia

Economia do Rio Grande do Sul
Ficha técnica
Participação no PIB nacional 7,7% (2000).
PIB per capita R$ 8.341 (2000).
Composição do PIB
Agropecuária 13,3% (1999).
Indústria 37,5% (1999).
Serviços 49,2% (1999).
Atividades econômicas
Agricultura soja (9.929.005 t), milho (5.969.118 t), mandioca (1.371.895 t), cana-de-açúcar (1.426.978 t), uva (704.176 t), trigo ((1.723.007 t), maçã (469.389 t), fumo (474.668 t), alho (22.167 t). (2007)
Extrativismo madeira (38.096 m³), lenha (1.474.036 m³), noz de pinho (90 m³), madeira de pinheiro (1.868 m³), erva-mate (28.603 t), carvão vegetal (42.527 t), pinhão (686 t) (2007).
Pecuária aves (19.719.198), bovinos (13.516.426), suínos (5.197.008), ovinos (3.830.061), equinos (449.955), bubalinos (71.724) (2007).
Mineração areia e cascalho (9.396.000m3), pedra britada (7.048.491 m³), carvão (3.420.580 t), calcário (3.128.356 t), argila (11..940 t), água mineral (113.593.299 t) (2000).
Exportações (US$ 6,3 bilhões): calçados (21%) soja e derivados (15%), fumo (13%), carne congelada (7%), veículos e peças (7%), petroquímicos (4%) (2001).
Importações (US$ 4 bilhões): petróleo (18%), nafta (11%), fertilizantes (7%), veículos e peças (7%), máquinas e motores (6%), petroquímicos (4%) (2001).
Energia elétrica
Geração 15.568 GWh (2001).
Consumo 20.074 GWh (2004).
Telecomunicações
Telefonia fixa 2,9 milhões de linhas (maio/2006).
Celulares 7,1 milhões (abril/2006).

Entre os principais produtos agrícolas gaúchos, destacam-se o arroz (5,2 milhões de toneladas), a soja (7 milhões de toneladas), o milho (6 milhões de toneladas), a mandioca (1,3 milhão de toneladas), a cana-de-açúcar (1 milhão de toneladas), a laranja (2 bilhões de frutos) e o alho (24 mil toneladas).

No Rio Grande do Sul, destacam-se os rebanhos bovino (13,6 milhões de cabeças), ovino (4,9 milhões de cabeças) e suíno (4,2 milhões de cabeças). Além disso, a criação de galináceos chega a 112 milhões de aves.

O estado abriga grandes reservas de carvão mineral e de calcário. A extração de água mineral é também importante (aproximadamente 92 milhões de litros anuais).

O parque industrial gaúcho, em franca expansão, dedica-se principalmente aos ramos petroquímico, tabagista, de calçados, de construção, de alimentos e automobilístico.

Graças às paisagens diversificadas, o Rio Grande do Sul atrai turistas por diversos propósitos. Há, no extremo norte, as praias de Torres, vizinhas ao Parque Nacional de Aparados da Serra, que tem se destacado como importante destino de ecoturismo. Os turismos gastronômico (na região de Bento Gonçalves, produtora de vinho) e histórico (na região das missões jesuíticas de São Borja e São Miguel) também são dignos de menção. A capital, Porto Alegre, além de centro cultural de relevância nacional, tem servido de sede de grandes encontros internacionais, especialmente para assuntos relacionados ao Mercosul.

O Rio Grande do Sul dispõe de extensa malha ferroviária, que serve todo o seu território. Além disso, destaca-se a rede de estradas federais e estaduais, que soma aproximadamente 152,2 mil quilômetros. Porém, apenas 10,3 mil quilômetros são pavimentados.

Agropecuária

Na Campanha Gaúcha pratica-se a criação de ovinos.

Com uma expansão vertiginosa de sua cultura na década de 1970, a soja se tornou o principal produto agrícola do Rio Grande do Sul. A área de produção se encontra difundida por todo o quadrante noroeste do estado e compreende algumas porções da depressão central e sobretudo do planalto basáltico. O trigo, cultivado em condições ecológicas muito diferentes, é plantado quer em zonas de campo, quer em áreas florestais. Nas primeiras, assume o caráter de monocultura extensiva e mecanizada. Nas zonas de floresta surge como pequena lavoura integrada no sistema de rotação de cultura praticado por pequenos lavradores. A principal região produtora é o planalto basáltico, sobretudo sua porção ocidental.

O arroz é a cultura típica das áreas de menor altitude do estado. É quase sempre uma cultura irrigada e na planície litorânea, em decorrência da pobreza dos solos arenosos, recebe considerável aplicação de adubos químicos. O milho é cultura bastante difundida nas áreas de solos florestais e está comumente associado à criação de suínos, para o qual contribui como ração. A mandioca tem distribuição geográfica semelhante à do milho. Além de utilizada na alimentação da população rural, é empregada como forragem por criadores de suínos e bovinos.

O cultivo do fumo concentra-se na região da encosta inferior da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Pardo. Outra cultura importante do estado é a da uva, que se concentra na região da alta encosta da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Caí.

O Rio Grande do Sul destaca-se por sua produção agropecuária. O gado bovino criado na região do planalto destina-se sobretudo à produção de leite, enquanto que o criado no sul do estado, nos grandes estabelecimentos localizados na região da Campanha, ou estâncias, destina-se ao corte. A criação de ovinos concentra-se sobretudo na porção mais meridional da Campanha enquanto a de suínos, que absorve parte significativa da produção de milho e a mandioca é típica das regiões florestais.

Merecem destaque as pastagens naturais da campanha gaúcha, em sua maioria utilizadas em pastoreio continuado e geralmente em potreiros de grande extensão, de modo a permitir a expansão das atividades pecuárias, de grande repercussão na economia regional.

Extrativismo

A erva-mate é um principais produtos extrativistas do Rio Grande do Sul.

As reservas de pinheiros do norte do estado, embora já limitadas em face da exploração intensa, constituem uma das principais riquezas vegetais. Os ervais, em apreciável extensão, também proporcionam extração vegetal para atender ao grande consumo regional. Vegetais taníferos, como, por exemplo, a acácia-negra, embora com produção reduzida, incluem-se entre os principais recursos da região.

Entre os produtos minerais do estado destacam-se o cobre e o carvão. O Rio Grande do Sul foi pioneiro no refino de petróleo, com a instalação, em 1932, da Destilaria Sul-Riograndense, em Uruguaiana. Duas refinarias de petróleo e um polo petroquímico, que utiliza matéria-prima da refinaria Alberto Pasqualini, da Petrobrás (Canoas), dão ao estado posição de destaque na petroquímica nacional. Entre as ocorrências minerais conhecidas encontram-se jazidas de carvão mineral, minérios de cobre, chumbo, tungstênio e cristal de rocha.

Indústria

Porto Alegre, capital e um dos maiores pólos industriais do estado do Rio Grande do Sul.

O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior grau de industrialização no país. O principal gênero de indústria é o de produtos alimentícios, responsável por substancial parcela do valor da produção fabril. Seguem-se a metalurgia e as indústrias mecânica, química, farmacêutica, de vestuário e calçado e de madeira e mobiliário.

A área industrial da região de Porto Alegre é a mais desenvolvida do estado. Os principais produtos são carnes frigorificadas, charques, massas alimentícias e óleo de soja. A indústria de calçados e artefatos de couro destaca-se particularmente em Novo Hamburgo, Sapiranga e Campo Bom, e em praticamente todos os outros municípios do Vale dos Sinos. A indústria mecânica e metalúrgica alcançam também considerável expressão, sobretudo em Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas, além de Gravataí, Sapucaia do Sul, Esteio e Sapiranga que possuem grandes empresas do ramo e que também pertencem a Região Metropolitana de Porto Alegre. A esses centros junta-se São Jerônimo, que abriga a usina siderúrgica de Charqueadas.

Outra área industrial é a chamada região de colonização antiga, na qual se integram os municípios de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Farroupilha e Santa Cruz do Sul. A atividade fabril é marcada pela produção de vinho e beneficiamento de produtos agropastoris, tais como couro, banha, milho, trigo e fumo.

No restante do estado encontram-se diversos centros industriais dispersos, todos ligados ao processamento de matérias-primas agropastoris. Destacam-se nesse grupo Erechim, Passo Fundo, Santa Maria, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Pelotas, Rio Grande e Bagé.

Turismo

O Rio Grande do Sul é um estado com vastas opções de turismo. O estado recebe anualmente cerca de 2,0 milhões de turistas de fora do país. As praias do litoral norte nas cidade de Capão da Canoa, Tramandaí e Torres são as mais conhecidas no estado, esta última apresentando falésias. São três pedras que ficam na beira do mar, sendo que uma delas avança mar a dentro em uma altura de 30 metros. No litoral sul destaca-se a praia do Cassino, em Rio Grande, contante no Guiness Book como a maior praia do mundo. Também destacam-se as praia da Laguna dos Patos, principalmente as praias de São Lourenço do Sul, Tapes e Pelotas (Praia do Laranjal).

As serras atraem milhares de turistas todos os anos, no inverno e verão. As cidades de Gramado e Canela são conhecidas na época de Natal pela decoração das cidades, juntamente com os parques natalinos. No inverno, os turistas visitam essas cidades juntamente com São José dos Ausentes e Cambará do Sul, devido às temperaturas baixas, muitas vezes negativas e com a possibilidade de queda de neve, para a felicidade dos turistas.

Nas mesmas se encontram os cânions de Itaimbezinho e da Fortaleza, os quais são dos maiores do Brasil. Em Gramado acontece o Festival de Cinema. Na conhecida como "Pequena Itália", em que se localizam as cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi, pode-se encontrar as melhores vinícolas do Brasil. Ainda a oeste, se encontram as Missões Jesuíticas, nas cidade de São Miguel das Missões e arredores.

Embora com menor destaque turístico, a região de Pelotas, reconhecida por ser o município brasileiro do doce e por possuir grandes monumentos e prédios tradicionais e seculares, vem alcançando destaque com a festa anual denominada Fenadoce.

Outro destaque do turismo rio-grandense é a Oktoberfest, uma festa de cultura alemã, realizada em várias cidades gaúchas. A principal Oktoberfest do Rio Grande do Sul é a de Santa Cruz do Sul, que teve na edição de 2008, mais de 450.000 visitantes. A "Festa da Alegria" de Santa Cruz do Sul é a 2ª maior do Brasil, atrás apenas da Oktoberfest de Blumenau(SC), e a 3ª maior do mundo, atrás de Blumenau(SC) e de Munique, na própria Alemanha. Cidades como Igrejinha, também realizam a Oktoberfest

A serra gaúcha é a maior produtora de vinhos do Brasil.

Na serras do estado (Bento Gonçalves e Garibaldi), se localizam a maior concentração de produtores de vinho do país. Mais ao sul, na região da Campanha, está situada a segunda mais importante área produtora. As vinícolas gaúchas são premiadas internacionalmente, em razão da alta qualidade de seus vinhos e espumantes.[24]

O estado é privilegiado pela sua condição geo-climática, estando situado no início da faixa entre os paralelos 30° e 50°, considerada ideal para a produção de uva vinífera. Isso lhe permite a produção de cepas nobres de uvas européias, como Merlot, Chardonnay e Cabernet Sauvignon, entre outras.

A uva e o vinho gaúchos são produzidos sob as melhores técnicas disponíveis e condições tecnológicas avançadas, a exemplo das melhores regiões vinícolas da Europa.[24]

  • Litoral

Ao Norte, o litoral do estado nasce em uma pequena faixa entre o mar e a serra, onde se encontra o maior cordão de lagos da América Latina. São cerca de 50 lagos, que se ligam através de rios e canais. No sul, encontra-se o maior complexo lacustre do mundo, constituído pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, as duas maiores do Brasil. Nesse ponto, passa a ser acompanhado por áreas de reservas naturais de preservação que vão até o extremo sul do Brasil, no município de Chuí.

A costa é retilínea, com cerca de 622 km de extensão, constituindo uma das mais extensas e contínuas praias arenosas do mundo, na qual o visitante encontra rios, praias de água doce, mar aberto, dunas móveis e fixas, com mais de 10 metros de altura, lagos e serras, um complexo único e de rara beleza.

No município de Nova Prata, em meio à mata nativa, há um parque temático com fontes que jorram águas termais numa temperatura de 41 °C, e que possuem excelentes propriedades medicinais e terapêuticas.[25]

Iraí é conhecida como "cidade saúde" devido às suas fontes de águas minerais. No Balneário Osvaldo Cruz, a água jorra de uma fenda rochosa com vazão de 3,8 litros por segundo e possui temperatura de 36,5 °C.[26]

  • Turismo paleontológico
Museus
do Geoparque da Paleorrota.

O Rio Grande do Sul possui um grande potencial para o turismo paleontológico, com muitos sítios paleontológicos e museus, no Geoparque da paleorrota. Há uma grande área no centro do estado que pertence ao triássico na Formação Santa Maria e Formação Caturrita, que datam em 230 milhões. As cidades de Santa Maria, Candelária, São Pedro do Sul, Mata e Agudo pertencem a rota paleontológica. Ali viveram rincossauros, exaeretodons, estauricossauros, guaibassauros, saturnalia tupiniquim, sacissauros, unayssauros, tecodontes e muitos outros.

Infraestrutura

Mídia

Energia

Entre as principais usinas elétricas do estado sobressaem as hidrelétricas de Passo Fundo (220.000 kW), no rio Uruguai; Passo Real (125.000 kW), Leonel Brizola (antiga Jacuí) (180.000 kW), Itaúba (500.000 kW) e Dona Francisca (125.000 kW) no rio Jacuí; e as termelétricas Candiota II (126.000 kW), em Bagé, Charqueadas (72.000 kW), em São Jerônimo, Osvaldo Aranha (66.000 kW), em Alegrete, e AES Uruguaiana(639.000 kw) em Uruguaiana a primeira usina termelétrica a operar a gás natural no Brasil. Recentemente foi construido o Parque eólico na cidade de Osório, com capacidade instalada estimada em 150 MW.

Educação

Resultados no ENEM
Ano↓ Português↓ Redação↓
2006[27]
Média
39,63 (1º)
36,90
57,09 (1º)
52,08
2007[28]
Média
56,27 (1º)
51,52
59,74 (1º)
55,99
2008[29]
Média
45,06 (1º)
41,69
62,57 (1º)
59,35

Em 2008, estavam matriculados 1.598.403 alunos nas escolas de ensino fundamental do estado, das quais 740.749 eram municipais, 721.811 estaduais, 134.553 particulares e 1.290 federais. Quanto ao corpo docente, era o mesmo constituído de 97.039 professores. O ensino de nível médio foi ministrado em 1.410 estabelecimentos, com a matrícula de 429.349 alunos e corpo docente de 30.673 professores. Dos 429.349 discentes, 5.753 estavam na escola pública federal, 369.317 na escola pública estadual, 6.993 na escola pública municipal e 47.286 na escola particular. Em 2007, quanto ao nível de ensino superior, o estado administrava através de 100 estabelecimentos, com 21.772 professores e 345.029 discentes. O estado conta com onze universidades públicas e vinte 24 universidades particulares, no total de 35 (ver lista de instituições de ensino superior no Rio Grande do Sul).

Alfabetização

O índice de educação, calculado pela ONU, foi de 0,904 em 2000. Em 2007, o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro que obteve a média geral mais alta no ENEM, com 56,27 pontos. Na redação, os estudantes gaúchos de instituições públicas também garantiram o melhor desempenho, alcançando a média de 59,74 pontos.[30]

Faixa Etária Estado (por 1000 hab)
De 10 a quatorze anos 98,8
De 15 a dezenove anos 97,0
Acima de dezenove anos 90,4
Taxa de analfabetismo no estado 4,8
De 7 a quatorze anos 98,0% está na escola

Transportes

Hidrovias

O Rio Grande do Sul apresenta uma importante malha hidroviária, concentrada nas bacias Litorânea e do Guaíba. Nessas bacias estão os principais rios de rota rio Jacuí, rio Taquari e rio dos Sinos, além do Guaíba e da Laguna dos Patos. Atualmente, a navegação no rio Uruguai é de pequena importância, assim como de seu principal afluente, o rio Ibicuí, o único que apresenta condição navegável.

A principal rota hidroviária do estado é Porto Alegre-Rio Grande, que aprensenta calado de 5,2 metros.

As principais cargas no sentido Rio Grande são produtos petroquímicos, derivados de petróleo, óleo de soja e celulose. No sentido Porto Alegre destacam-se os fertilizantes.

Portos

O Porto de Rio Grande é de grande importância para o Mercosul, e também o principal ponto de multimodalidade do estado, fazendo com que parte do sistema rodoviário e ferroviário tenham o Porto de Rio Grande como foco. O Porto de Rio Grande, em 2005, chegou a 18 milhões de toneladas, consolidado como o segundo maior porto com movimento de containers do Brasil, e o terceiro em cargas.

Os principais portos são:

Aeroportos internacionais

O Aeroporto Internacional Salgado Filho localiza-se em Porto Alegre e é o mais importante do estado, tendo uma movimentação de 5,6 milhões de passageiros ao ano (Infraero - 2009), envolvendo o movimento de 79 mil aeronaves por ano.

Em setembro de 2001 foi concluído um novo terminal, que tem capacidade para atender uma demanda de até quatro milhões de passageiros/ano, podendo receber até 28 aeronaves de grande porte.

Existe o Aeroporto Internacional de Pelotas, operado pelas linhas aéreas NHT. Localiza-se no sul do estado com voos até Erechim , Porto Alegre , Rio Grande e até mesmo para Montevidéu, no Uruguai.

Existe também o Aeroporto de Caxias do Sul, que é importante para o estado, e conta com três voos diários para São Paulo (exceto aos sábados, quando tem apenas um voo). É um aeroporto operado por companhias aéreas como Gol e TAM, que operam com Boeing 737, Airbus A320 e Fokker 100.

Ferrovias

O Rio Grande do Sul, hoje, possui uma malha de 3.260 quilômetros de linhas e ramais ferroviários, utilizadas para cargas. A maior parte apresenta bitola métrica, sendo que apenas cinco quilômetros apresentam bitola mista, com objetivo de realizar a integração com as malhas argentinas e uruguaias.

Atualmente, alguns trechos das ferrovias não estão em operação regular e os terminais ferroviários que apresentam maior concentração de cargas localizam-se nas proximidades da Grande Porto Alegre, Passo Fundo, Santa Maria, Cruz Alta e Uruguaiana.

Rodovias

O sistema rodoviário é responsável pela maior parte da carga transportada e pela quase totalidade do transporte de passageiros no Rio Grande do Sul. O estado possui 153.960 km de rodovias, sob jurisdição nacional, estadual ou municipal.

A malha nacional estrutura a rede de transporte com rodovias longitudinais, diagonais, transversais e de ligação. As principais rodovias são:

Saneamento

Indicador Estado (% da população atendida)
Abastecimento de água 96,2
Esgotamento sanitário 96,7
Coleta de lixo 83,7

A qualidade de vida depende também de prevenção de doenças e tratamento confiável de enfermidades. O estado dispõe de infra-estrutura ampla e qualificada, mas possui grande deficiência sobretudo no saneamento básico. Segundo pesquisa recentemente realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a organização não-governamental Trata Brasil em 2007, o estado é o último no país nesse quesito. Embora o estado disponha de bons índices em vários setores, o acesso ao esgoto tratado é de apenas 15% da população.[31][32]

A Região Metropolitana de Porto Alegre é a penúltima, entre 10 pesquisadas em 2007, no recolhimento e tratamento de esgoto. Em Porto Alegre, apenas 27% do esgoto recebe tratamento. No Rio Grande do Sul, apesar de não estar nas últimas colocações, apenas 14,77% da população tem esgoto canalizado e tratado. Isso significa que os dejetos da grande maioria vão para os arroios e rios, contaminando as águas..[33]

Porém, deverão acontecer obras de saneamento e, em cinco anos, a previsão é de que 77% dos porto-alegrenses terão esgoto tratado.[33]

Cultura

O natural do Rio Grande do Sul é chamado de gaúcho.[34]

Sou gaúcho forte, campeando vivo
Livre das iras da ambição funesta;
Tenho por teto do meu rancho a palha,
Por leito o pala, ao dormir a sesta.
Monto a cavalo, na garupa a mala,
Facão na cinta, lá vou eu mui concho;
E nas carreiras, quem me faz mau jogo?
Quem, atrevido, me pisou no poncho?
João Simões Lopes Neto

O Rio Grande do Sul apresenta uma rica diversidade cultural. De uma forma sucinta, pode-se concluir que a cultura do estado tem duas vertentes: a gaúcha propriamente dita, com raízes nos antigos gaúchos que habitavam os pampas; a outra vertente é a cultura trazida pela colonização europeia, efetuada por colonos portugueses, espanhóis e imigrantes alemães e italianos.

A primeira é marcada pela vida no campo e pela criação bovina. A cultura gaúcha nasceu na fronteira entre a Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil. Os gaúchos viviam em uma sociedade nômade, baseada na pecuária. Mais tarde, com o estabelecimento das fazendas de gado, eles acabaram por se estabelecer em grandes estâncias espalhadas pelos pampas. O gaúcho era mestiço de índio, português e espanhol, e a sua cultura foi bastante influenciada pela cultura dos índios guaranis, charruas e pelos colonos hispânicos.

Dança típica gauchesca.

No século XIX, o Rio Grande do Sul começou a ser colonizado por imigrantes europeus. Os alemães começaram a se estabelecer ao longo do rio dos Sinos, a partir de 1824. Ali estabeleceram uma sociedade baseada na agricultura e na criação familiar, bem distinta dos grandes latifundiários gaúchos que habitavam os pampas. Até 1850, os alemães ganhavam facilmente as terras e se tornavam pequenos proprietários, porém, após essa data, a distribuição de terras no Brasil tornou-se mais restrita, impedindo a colonização de ser efetuada nas proximidades do Vale dos Sinos. A partir de então, os colonos alemães passaram a se expandir, buscando novas terras em lugares mais longes e levando a cultura da Alemanha para diversas regiões do Rio Grande do Sul.

A colonização alemã se expandiu nas terras baixas, parando nas encostas das serras. Quem colonizou as serras do Rio Grande do Sul foram outra etnia: os italianos. Imigrantes vindos da Itália começaram a se estabelecer nas Serras Gaúchas a partir de 1875. A oferta de terras era mais retrista, pois a maior parte já estava ocupada pelos gaúchos ou por colonos alemães. Os italianos trouxeram seus hábitos e introduziram na região a vinicultura, ainda hoje a base da economia de diversos municípios gaúchos.

Acervo arquitetônico

O estado possui rico acervo arquitetônico e dispõe de inúmeros monumentos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), entre os quais se destacam a igreja de São Sebastião, em Bagé, construída em 1863 e onde repousam os restos mortais de Gaspar da Silveira Martins; o forte inacabado de Dom Pedro II, em Caçapava do Sul; o palácio do governo farroupilha (hoje Museu Farroupilha), o quartel-general farroupilha e a casa de Giuseppe Garibaldi, em Piratini; a Catedral de São Pedro, em Rio Grande; as ruínas do Povo e da igreja de São Miguel, em Santo Ângelo; os casarões, a Catedral, o Theatro 7 de abril(o mais antigo em funcionamento no Brasil), o Teatro Guarany, Catedral no Centro, a Igreja do Porto, os Casaróes na praça Coronel Pedro Osório, o Mercado Central e as Charqueadas em Pelotas; a igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Viamão.

Pontos turísticos

Além dos monumentos históricos e das festas religiosas e populares, destacam-se na capital o palácio Piratini (sede do governo estadual), a catedral metropolitana, a igreja Nossa Senhora das Dores, o parque Farroupilha, o auditório Araújo Viana, a ponte móvel da travessia Getúlio Vargas, o morro Santa Teresa (cujo belvedere proporciona uma visão panorâmica da cidade), o Theatro São Pedro, e o hipódromo do Cristal.

No litoral contam-se alguns balneários conhecidos. Os principais são os de Torres, com as praias Grande, da Guarita, da Cal e a Prainha; e os de Rio Grande, com a praia do Cassino, os molhes da barra, o Navio Altair, entre outros, sem esquecer da praia da Capilha, na Lagoa Mirim. Em Capão da Canoa, estão localizadas as praias de Araçá, Arco-Íris, Guarani, Zona Nova, Noiva do Mar, Rainha do Mar e Capão Novo; em Tramandaí, as praias Jardim Atlântico, Oásis do Sul e Jardim do Éden.

Entre os pontos de interesse turístico da zona serrana, destacam-se as cidades de Canela, Gramado e São Francisco de Paula, com parques e cascatas. Também na região serrana se encontram as cidades de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, centros de produção vinícola.

Eventos

Vista parcial do Parque de Exposições Mário Bernardino Ramos (Pavilhões da Festa da Uva).

Dentre as festas religiosas do estado, destacam-se, na capital, a procissão fluvial de Nossa Senhora dos Navegantes, em 2 de fevereiro; a festa do Divino, celebrada na igreja do Espírito Santo; e as procissões de Corpus Christi e de Nossa Senhora Madre de Deus, (padroeira de Porto Alegre).

Ainda na capital, realizam-se exposições anuais de animais e produtos derivados (agosto), a Semana Farroupilha (14 a 20 de setembro) e a exposição estadual de orquídeas (de a 8 de dezembro); em Santana do Livramento e São Borja realizam-se exposições agropecuárias (outubro); em Caxias do Sul, a famosa Festa da Uva (fevereiro); e em Gramado, a Festa das Hortências (bienal) e a Feira Nacional de Artesanato (anual); em todas as cidades da campanha gaúcha realizam-se rodeios (reunião de gado para contagem, cura ou venda); em Pelotas acontece a Festa Nacional do Doce (Fenadoce), a maior feira do Brasil de doces, o evento acontece entre os meses de junho e julho no Centro de Eventos Fenadoce; em Rio Grande acontece a Festa do Mar, voltada aos frutos do mar, pescados em geral, acontecendo normalmente na época da Páscoa, bom como a FEARG, voltada ao artesanato, comércio e etnias locais, e a Festa de Iemanjá, realizada no dia 2 de fevereiro, recebendo umbandistas, fiéis e simpatizantes de várias cidades do estado e até de outros países. Em várias cidades do estado acontecem eventos literários conhecidos por Feira do Livro, destacando-se as de Passo Fundo, praia do Cassino e, principalmente, a de Porto Alegre. Em Santa Rosa, realiza-se a Fenasoja que atrai muitos visitantes de fora do país.

Festivais de música nativista

Califórnia da Canção

A Califórnia da Canção Nativa é um evento musical considerado como patrimônio cultural do estado,[35] ocorre a cada ano em diversas cidades, com a final no mês de dezembro em Uruguaiana. Considerado pelo governo um modelo de divulgação da música regional rio-grandense, onde através da triagem de mais de 500 músicas com estilos regionais, na final é selecionada a melhor composição.[36] Danças típicas do estado são o bambaquerê (espécie de quadrilha), e congada (auto popular), a chimarrita (fandango), a jardineira (dança figurada e cantada, de pares soltos) e a quebra-mana (dança sapateada e valsada). Nas zonas de colonização alemã, realizam-se os kerbs, bailes populares que duram em geral três dias.

Um Canto para Martin Fierro

Ocorre em dezembro, no município fronteiriço de Santana do Livramento, é um dos maiores festivais de música nativista do estado.

Culinária

A cozinha típica tem como prato principal o churrasco (pedaços de carne cortados de modo especial, colocados em espetos e postos a assar em uma churrasqueira). A bebida típica é o chimarrão (chá de erva-mate quente e amargo sorvido por meio de uma bomba). O vinho e o curtido de cachaça com butiá são outras das bebidas preferidas dos gaúchos.